Hoje pousei as agulhas e as missangas... Deixo aqui um poema dos mais bonitos que conheço:
Fala-me de Deus Disse à amendoeira: Fala-me de Deus! E a amendoeira floriu.
Disse ao pobre: Fala-me de Deus! E o pobre ofereceu-me a sua casa.
Disse ao sonho: Fala-me de Deus! E o sonho fez-se realidade.
Disse à casa: Fala-me de Deus! E abriu-se a porta.
Disse à natureza: Fala-me de Deus! E a natureza cobriu-se de formosura.
Disse ao amigo: Fala-me de Deus! E o amigo ensinou-me a amar.
Disse ao rouxinol: Fala-me de Deus! E o rouxinol pôs-se a cantar.
Disse a um guerreiro: Fala-me de Deus! E o guerreiro depôs as armas.
Disse à fonte: Fala-me de Deus! E a água brotou.
Disse à minha mãe: Fala-me de Deus! E a minha mãe deu-me um beijo na fronte.
Disse à mão: Fala-me de Deus! E a mão converteu-se em serviço.
Disse ao inimigo: Fala-me de Deus! E o inimigo estendeu-me a mão.
Disse à voz: Fala-me de Deus! E a voz não encontrou palavras.
Disse à Bíblia: Fala-me de Deus! E a Bíblia cansou-se de tanto falar.
Disse a Jesus: Fala-me de Deus! E Jesus ensinou-me o Pai-Nosso.
Disse, temeroso, ao sol poente: Fala-me de Deus! E o sol ocultou-se sem nada dizer. Mas, no dia seguinte, ao amanhecer, Quando abri a janela, ele voltou a sorrir-me.